14.9.09

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2.9.09

:: O caso Twitter - Postagem Temática ::


O que precisamos entender uma vez por todas é que o problema não está em “estar sozinho”, solteiro, namorando ou casado. Quando falamos em estar na naba, não estamos falando de onde estão, mas como estão (de onde enxerga. Qual é o teu farol? Que te baila?) Porque estar na naba é estar atolado, já virou estado de espírito, ou seja, ter uma a mais ou um a menos na história, já virou questão de escolha. O que é uma pena! Por isso implicamos com o Twitter, pois as informações estão rápidas demais. Para entender e agir como apaixonados são dois toques!

Este foi o meu comentário no blog Metas(na)linguagem da minha amiga Ana Paula, no seu texto sobre Os afetos!
Desde que nos encontramos pela última vez, ela e eu conversamos muito sobre as movimentações sociais e como isso estava interferindo na vida das pessoas modernas. Conversa vai, conversa vem, pousamos no Twitter e por ali ficamos. Queríamos entender o que essa nova ferramenta virtual tinha de tão interessante ou o que isso estava suscitando nos dia de hoje. Ficou como lição de casa, cada um de nós pensarmos e falar sobre isso.
Até onde consigo compreender o Twitter é uma rede social para microblogs que possibilita os usuários enviares e receberem notícias, informações, curiosidades e atualidades de forma rápida, efetiva e tudo isso em 140 caracteres. Em outras palavras o Twitter é o filho do blog com o orkut!
Os usuários da rede afirmam que está ferramenta ajuda na circulação das informações, na exposição dos seus trabalhos, na publicação das novidades, na divulgação de curiosidades, o que torna o Twitter muito interessante. Porém, o que me deixa instigado, na verdade, não é o Twitter, mas o seu lugar na nossa cultura.
Podemos iniciar pensando que a informação e a expressão são duas características base para o que os especialistas chamam de pós-modernidade (quando ocorre uma modernização da modernidade). Esta modernização da modernidade nos reflete a noção de superficialidade, está caracterizada pelos discursos fragmentados (140 caracteres), sensação de estar vivendo no eterno presente (necessidade de atualizar o perfil) e a vanglorização da simulação sobre o real (apreensão do tempo real, esquecendo que o ao vivo é inapreensível). Características visíveis nessa ferramenta.
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman em seu livro Modernidade Líquida, fala sobre a pós-modernidade e sua dificuldade de expressar o contorno, a borda, ou em outras palavras, a cerca que nos estabeleça um lugar, nos deixando a deriva no tempo e no espaço. O que importa para a era da modernidade (líquida) é o tempo muito mais do que o espaço (é daí que vem o nosso stress). A instantaneidade ou o imediatismo, onde as mudanças ocorrem num curto período de tempo e os espaços estão designados a simples circulação (ai o porquê tomamos tanto remédios faixa preta) são fatores que deixam claro a era do predomínio do individualismo.
O imperativo da individualização contemporânea fundamenta-se na falta de posições que possam fornecer segurança e amparo aos sujeitos. Assim o que é oferecido são lugares frágeis, desarticulados e fragmentados no sentido histórico, social, temporal, resultando numa fragilidade psíquica muito grande e delicada.
O Twitter (os blogs, o orkut, o facebook, o flick, o fotolog, entre outros) nos proporciona uma ilusão, totalmente alienante, que está(s) ferramenta(s) nos validará algum lugar no campo social. Estes valores, supremo, estabelecidos a estas ferramentas, ressaltam características fundamentais para a nossa sociedade, a autonomia e a liberdade. Este casamento entre autonomia e liberdade gera um sujeito onipotente da cultura do narcisismo, que vive um delírio em relação ao principio do prazer, ou seja, a obtenção imediata daquilo que quer e daquilo que deseja. O legítimo self-made-man! Se eu pudesse falar sobre o tema para o grande público falaria: “O Twitter tem uma função muito importante na nossa sociedade: à divulgação, publicação e aquisição de informações rápidas, praticamente em tempo real e ilusoriamente mastigadas, entretanto o sujeito moderno, ou seja, nós mesmos conectados os mundo virtual, não estamos evoluídos psiquicamente o suficiente para digerir tamanha demanda, pois o que me preocupa não são as boas utilizações do Twitter, mas aqueles que acreditam saber usar esta ferramenta tão fresca, tão crua, sem se questionar da procedência do produto. O mito de narciso está cada vez mais refletido em nós, não sabemos quem ou o que está sendo refletido, exatamente como o próprio protagonista do mito.O público está se privatizando e o privado sendo publicado (em Twitter), a consequência disto tudo será o novo suporte tecnológico que criaremos para dar conta do pequeno espaço que ainda nos limita sobre o que é tempo real e o que é realidade” Foi o que eu comentei no mesmo blog, mas no post O Caso Twitter.

“(...) agora, como antes – tanto no estágio leve e fluido da modernidade quanto no sólido e pesado -, a individualização é uma fatalidade, não uma escolha” (BAUMAN, 2001, p. 43).
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27.8.09

::Hoje é dia ... ::


...27 de agosto. Para algumas pessoas, um dia qualquer, para outros uma quinta-feira vaga, daquelas onde todos os teus compromissos urgentes já fora resolvidos e você está livre na quinta às 15h45min. Bem na hora do lanche!
Para outros uma quinta feira cheia de coisas para fazer e para alguns hoje é um dia igual a esses, mas com sabor de feliz dia do Psicólogo.
Hoje é o nosso dia, mas o porquê comemoramos nesta data eu não sei (alguém sabe?)
Por isso continuo acreditando por que é “um dia antes do meu aniversário”.
Por que ser psicólogo não é saber dar conselho, mas saber que está história está muuuito mal contada.

Feliz dia do Psicólogo!

19.8.09

¿Dónde están los padres?

Sinceramente me questiono (e muito) sobre isso. A ponto de virar a minha tese de doutorado na escola da vida.
Todos os dias cruzam nos nossos caminhos uma gama de pessoas, uma bonitas, outras feias, homens, mulheres, alguns velhos outros jovens, e quase todo o dia eu faço a mesma pergunta: E os pais?
Quando morava com os meus pais, virou costume. Toda vez que eu fosse sair de casa era preciso, antes parar na frente deles e perguntar, está bom? Aquela espécie de ritual do aval dos pais sempre dava uma balizada nas coisas. Se precisava pentear o cabelo, penteava, quando a roupa não combinava, era avisado, quando tudo estava nos conformes o acesso estava livre.
Hoje não moro mais com eles e com isso o olhar de uma outra pessoa se resumiu ao espelho no final do corredor. Não entendo muito de moda e muito menos de tendências, mas sei identificar o brega e o ridículo de longe.
Uso o básico, o que não significa que sei usar as roupas que tenho. Jeans, camiseta e tênis compõem o meu guarda-roupa, o que também não significa que estou satisfeito com o que visto, mas aquela dica de moda é sempre importante. Se duvidou, tira!
Conforme fomos crescendo, nossos pais foram incutido certo bom senso hereditário. Não faça isso, não faça aquilo, não diga isso, não se comporte de tal maneira, afinal, o que os outros vão pensar? Isto é importante.
Dizer que não se importam com o que os outros vão dizer ou pensar, é papo de artista no Faustão, todo mundo se importa com a opinião pública. Uns mais, outros menos e tem aqueles que nem sabem o que é isso, e isso me preocupa.
Estes dias assistindo MTV fiquei chocado com o novo reality show norte americano. Que os EUA são campeões em reality show excelentes e esdrúxulos, estou sabendo, o que eu não estou sabendo é onde estão os pais destes participantes.
Incentivando, certamente!
Este reality show chama-se My new BFF, onde a ideia principal consiste na disputa, entre vinte candidatas, para ser a nova melhor amiga de infância (segundo a MTV) ou a nova melhor amiga para sempre (até onde entendi) da Paris Hilton.
Acredito que não preciso falar muito sobre o que estou pensando, mas fiquei surpreso em saber que existam pessoas que acreditam poder fazer isso. Não que a Paris Hilton não tenha direito de ter uma nova amiga de infância ou para sempre, como se isso fosse possível, mas é necessário um reality show? É necessário candidatas? É necessária uma disputa? Duvido muito que a louca da história é a P.H, mas desprezei saber que tem gente jogando baixo pela fama ou por aquilo que acreditam.
Afim de corroborar com a minha tese ¿Dónde están los padres?, uma amiga, ou melhor, uma Best Friend Forever (and Ever) enviou um flyer sobre um concurso da pirigótica (ramificação de pirigueti com gótica) de lingerie (o que deixa tudo mais interessante). O prêmio? Ser a pirigótica com a foto estampada no próximo flyer (junto com os erros de português).
Eu podia estar matando, eu podia estar roubando, eu poderia estar me prostituindo, mas não, não estou. Decidi ser uma pessoa de/do bem, mas a galera está avacalhando. É Gripe Suína, é Gugu na Record, é Faustão fazendo redução no estomago.
Senhor me dê forças. Amém!
¿Dónde están los padres?

14.8.09

:: Madrugada – Postagem Temática* ::

Não faria sentido algum escrever esse texto em pleno a luz do dia, por isso reservei esta noite, ou melhor, está madrugada, para escrever sobre um assunto um tanto quanto complexo.
Se recorrêssemos ao dicionário da língua portuguesa encontraríamos que madrugada é o ato de madrugar entre outras derivações que não nos ajudaria muito a pensar nela. Os conceitos não apreender a sua dimensão, pois a madrugada é mais do que uma parte do dia, ela é seu antônimo!
É quando os raios do sol se apagam e cai o manto estrelado da cumplicidade.
Ela é cúmplice dos apaixonados, dos amigos, das celebrações, das tristezas, das depressões, da bebedeira, das decisões, dos impulsos, dos pulsos, do silencio, da bagunça, da solidão, do solitário, do certo, do improvável, dos companheiros, do politicamente correto, do aventureiro, dos caminhoneiros, do sexo, da magia, da sedução, do sensual, do vulgar, do erótico, das dores, dos amores, dos temores, dos assassinos, dos assassinatos, da morte, da vida, da sujeira, da limpeza, da hipocrisia, do fetichismo, da liberdade, dos ficantes, da revolta, do bandido, do mocinho, do meliante, do assaltante, da droga, da poeira, do pó, do ouro, do tesouro, do besouro, dos morcegos, dos vampiros, dos lobisomem, dos gatos, dos ratos, da Cinderela, das abóboras, das bruxas, das putas, das meretrizes, das cafetinas, dos cafetões, dos travestis, dos insones, dos gulosos, dos Djs, das baladas, dos bares, dos botecos, dos arquitetos, dos fumantes, dos amados, dos amantes, dos loucos, dos exibicionistas, dos atrasados, do aconchego, dos desquitados, dos términos, dos inícios, dos meios, dos quietos, dos poetas, dos punheteiros, dos boêmios, dos tomadores de café, dos criativos, dos estudiosos, dos desesperados, dos enamorados, dos guardas noturnos, dos noturnos, dos desnudos, dos vestidos, dos ajeitados, dos desajeitados, dos sonhos, do sono, do sonhador e do pé no chão.
Por estas e outras , melhor deixar quieto!
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12.8.09

:: 20 e poucos anos ::

Dizem que os dias que antecede o seu aniversário são os dias mais turbulentos do ano. Não tenho propriedade para discordar com tamanha afirmação, mas tenho gabarito para dizer que as vésperas de grandes comemorações estamos mais para a desistência do que para a felicidade completa.
Especialistas dizem que a ansiedade e as expectativas que colocamos encima das datas comemorativas são as grandes responsável pela falta de relaxamentos e abstrações das coisas.
Também pudera, quando o assunto é evento, só maluco que não se afeta!
Meu aniversário está chegando e com ele vêm os questionamentos da vida. O que fiz até agora? O que deixei de fazer? O que deveria fazer? O que deveria deixar de fazer? Qual a formula do sucesso e da felicidade plena? Blá, blá, blá!
Questionamentos sobre a vida sempre são bem vindos. Reposicionar os pensamentos ou revê-los sempre tem suas vantagens, mas quando o assunto é avaliação da idade o buraco fica mais embaixo.
A cada dia que passa, chego mais perto da casa dos 2.5 e isso me deixa...
Não tenho pira alguma com essa coisa de idade (ainda), mas tenho ambições e sentimentos que me fazem duvidar da minha felicidades/tristeza com a idade que se aproxima. Vinte e cinco anos não é uma idade que exige repouso e medicamentos para dores nas costas, mas também está longe de se vangloriar das bebedeiras.
Acredito que os vinte e cinco (anos) é um número (meio) cabalístico, pois é à entrada do meio. Você não é mais o jovenzinho prepotente dos 20 anos, mas também não é o projeto de homenzinho responsável dos 30.
Já fiz muita coisa nesses meus 24 anos e quase todos os dias, mas também deixei de fazer tantas outras que agora com 25 não fará sentido algum. Por isso recorri ao orkut para conseguir uma lista de coisas para fazer antes dos 25 anos, pelo menos para saber se estou na normalidade ou muito fora dela:
1-fazer uma tatuagem
2-colocar um piercing
3-beijar o (a) melhor amigo (a) x
4-se declarar pra alguém x
5-correr de cueca/calcinha pelo quarteirão de madrugada
6-ir pra porrada com alguém x
7-ficar muito bêbado a ponto de não lembrar nada no dia seguinte x
8-andar de caminhao de lixo
9-pegar carona com desconhecidos x
10-invadir alguma casa com piscina e tomar banho x
11-tomar banho no caminhão pipa
12-nadar nu x
13-viajar com os amigos x
14-sair escondido de casa x
15-pintar o cabelo de uma cor muito louca
16-fingir que fala outro idioma em algum lugar x
17-pular de pára-quedas
18-bater o carro x
19-ficar com um menino(a) muito feio(a) x
20-subir em um palco e dançar loucamente x
21-entrar de penetra em alguma festa x
22-ir pra aula de ressaca x
23-mandar flores pra alguém x
24-tomar banho de chuva no inverno x
25-se apaixonar x
26-ser expulso da escola
27-ir pra um jogo de futebol e ficar na torcida errada com sua camisa do time oposto
28-roubar o carro dos pais x
29-marcar o seu nome em algum lugar público x
30-dormir na rua

2.8.09

:: WOODY ALLEN ::

Por muito tempo afirmei, em tons baixos, para poucas pessoas ouvirem, sobre a minha falta de interesse nas obras do cineasta, roteirista, escritor, ator e músico (nem sabia que ele era músico) Woody Allen. Demorei um pouco para compreender que a minha birra com ele era maior do que um simples ciúmes.
Sempre soube que ele não era pouca coisa, pois além de ser um dos diretores mais consagrados da atualidade, Woody Allen, está de alguma forma nas listas Top10 de boa parte dos meus amigos e conhecidos mais interessantes. Logo, eu devo estar errado!
Se fosse simples assim, muitos problemas meus estariam resolvidos. Eu preciso mais do que saber que estou errado, preciso saber por que estou errado ou porque as pessoas julgam estar certas.
Faz mais ou menos um ano que comecei o processo de descobrir porque Woody Allen me irritava.
Tudo começou dentro de um carro, não era uma viagem, mas o trajeto que percorríamos era suficiente para começar uma calorosa discussão, com uma grande amiga (Minha [nossa] Sina), responsável por instigar o meu gosto pelos clássicos.
_Não é que não gosto dos clássicos. Acredito que nunca aprendi a apreciá-los. Está foi à resposta mais sincera que consegui arrancar de mim, naquele momento.
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, foi o primeiro filme que assistir, na minha sessão “hoje aprendo a gostar dele”. Óbvio que não gostei do filme, óbvio que não gostei dele e óbvio que o problema era meu.
Match Point (já indicado aqui no blog) e Scoop foram os filmes que abriram os meus olhos para Woody Allen. Estes foram as grandes chaves para descobrir que o meu problema não era com ele (cineasta, roteirista, escritor, ator), pois os assisti (e gostei, muito) sem saber que eram dele. Menos resistente a sua obra, assisti e apreciei o clássico filme Tudo que você sempre quis saber sobre sexo, mas tinha medo de perguntar, onde percebi a forte influencia que ele teve sobre diversos filmes, seriados, documentários, entre outras coisas que eu já gostava. Entretanto foi Vicky Cristina Barcelona (recomendo) que me fez desencanar total da saga Woody Allen. Penso que já estou preparado para assistir Noivo Neurótico, Noiva Nervosa pela “segunda” vez, sem resistências, sem me preocupar se eu gosto dele ou não.
Hoje ele não é problema, exceto por sua beleza exótica (para não chama-lo de feio), mas isso não é motivo para não gostar dele (ou é?!).